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Kendorrhea

Random and useless personal thoughts on things that have nothing to do with nobody, like kendo, iaido and the like
Thursday, July 08, 2004

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Kenjutsu Giron - Part 1


And now, for the writing itself:

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Um dia, um grande amigo veio a mim e disse: Outro dia, eu fiquei sabendo que o senhor está aprendendo kenjutsu. Um guerreiro deve aprender a manejar a espada de fato, mas em uma era de paz como esta, não vejo muito propósito para isso. Para uma pessoa comum como nós, então, é algo que é totalmente dispensável.
One day, a good friend of mine came to me and said, "I have heard that you are learning kenjutsu. A warrior should learn how to wield the sword all right, but I don't see much purpose to it in an Era of Peace like the one we are living now. For a common folk like us, it's all the more unnecessary.

Este argumento é, para mim, bastante freqüente para pessoas que não praticam artes marciais. Isso porque as técnicas de artes marciais são vistas como algo violento, voltado para a agressão física do oponente. De fato, elas não são exatamente algo muito carinhoso :D O problema é que as pessoas enxergam APENAS esse lado. Ao mesmo tempo, é bom lembrar que essas "pessoas" podem ser tanto praticantes quanto não-praticantes.


Existe um ditado que diz: 'uma arte marcial imatura é fonte de feridas graves'.
There is a saying that goes, 'an imature martial art is a source of serious wounds'.

Em japonês, esse ditado é "Namabyôhô ookega no moto". Esse ditado é mostrado de forma brilhante, para mim, no Karate Kid I, onde o senhor Miyagi fala para o Daniel-san: "se você pratica karate, ok. Se você não pratica karate, ok. Se você pratica karate mais ou menos, você será esmagado como uma uva." Não lembro as palavras exatas, mas era algo assim.


Além disso, se a pessoa começa a aprender um pouco as técnicas de espada, ela já quer participar de lutas, com o uso de espadas de madeira ou espadas de metal sem fio. Em casos extremos, até mesmo com espadas de verdade. Imagine que, em uma luta dessas, a pessoa se torna uma aleijada permanente ou se perde a vida. Isso seria uma grande lástima, com certeza.
Moreover, if the person learns a bit the techniques of the sword, he already wants to take part in fights, using wooden swords or steel swords without a cutting edge. And in extreme cases, he even uses a true blade. Imagine if the person engages in such a fight and becomes forever maimed or dies. That would be most certainly a grievous happening.

Antes de mais nada, "espadas de metal sem fio", em japonês, é "habiki". Antigamente, havia muito treinamento com esse tipo de arma e havia estilos com um conjunto de técnicas para "habiki". Um exemplo clássico é o Jiki Shinkage ryu.

Voltando ao assunto, acho que é óbvio ululante que ninguém em sua sã consciência vai sair com espadas de madeira ou espadas de metal (afiadas ou não) para sair batendo nos outros hoje em dia (convenções de anime à parte :D). Mas será que esse argumento está totalmente fora de contexto para os termos atuais?

Eu acho que não. Acho que esse argumento pode ser adaptado de forma válida para os dias de hoje.

Não digo especificamente das técnicas de espada, mas acho que existe mesmo essa tendência da pessoa querer colocar logo "em prática" as coisas que ele aprende. Até aí, tudo bem, mas o problema é quando ele quer colocar "em prática" essas técnicas FORA do dojo. E isso acontece com certeza, prejudicando a reputação das artes marciais, que nunca foi exatamente muito boa.

Mais do que isso, pode acontecer exatamente a situação que é apresentada, ou seja, você vai tentar colocar "em prática" e acaba levando a pior. Isso também não ajuda em nada, muito pelo contrário. Por exemplo, uma provocação na rua e você tenta revidar utilizando as técnicas que você começou a aprender, ao invés de simplesmente ignorar o outro e ir embora. Ou você fazer parte de grupos que ficam arrumando treta por aí.


Há um escrito ("Kôkyô") que diz que o seu corpo, o seu cabelo e a sua pele foram recebidos dos seus pais.
There is a writing ("Kôkyô") that states that your body, your hair and your skin were given unto you from your parents.

"Kôkyô" é um escrito chinês. Não entendi direito, mas parece que é o registro de um dos ensinamentos que Confúcio passou para um de seus discípulos, algo assim.

O importante aqui é o conceito de "Kô". É um conceito que é intuitivo para os orientais, mas é meio difícil de explicar para mim. É o conceito de "amor filial" ou o "filos" (em contraste com "eros" e "ágape") do grego, acho eu. Esse amor filial é algo que está profundamente enraizado na cultura japonesa (imagino que seja na cultura oriental como um todo), vindo daí o respeito aos antepassados e tudo o mais. O "Kô" é considerado como algo que deve ser feito naturalmente pelos filhos, já que foram os pais que deram a vida a eles. E é uma das virtudes que devem (ou deveriam) ser cultivadas pelas pessoas.


Assim sendo, o princípio do "Kô" deveria ser evitar que eles sejam danificados ou rasgados. Assim sendo, a prática da espada seria uma gigantesca prova de falta de "Kô". "Kô" é a origem de todo o bem. Sem o "Kô" nada será realizado apropriadamente. A prática da espada é algo que me causa indignação e por isso estou falando essas coisas ao senhor. Se o senhor deixar a prática da espada, eu ficarei muito feliz.
Therefore, the most basic tenet of "Kô" would be avoiding that they become damaged or ripped. Thus, the practice of the sword would be an undeniable evidence of lack of "Kô". "Kô" is the source of all good. Without "Kô", nothing can be done in a proper fashion. The practice of the sword is something that makes me enraged and that is the reason why I am talking these things to you. I will be most happy if you leave such practice."

O que deve ser ressaltado nessa argumentação é de que a prática da espada:
1) não é virtuoso, pois vai contra as virtudes mais básicas que deveriam ser cultivadas pelos homens;
2) é perigoso, pois pode causar ferimentos desnecessários ou até mesmo a morte.

Interessante é notar a ênfase que se coloca na falta de virtude ("Kô", no caso). Mais do que ferimentos ou confusões desnecessárias, há essa ênfase em viver uma vida virtuosa. Em outras palavras, o que você "é" importa mais do que os outros "fazem" com você. Talvez essa noção seja meio confusa, mas...


Resposta: Muito bem, agradeço profundamente a preocupação que o senhor tem para comigo. Apesar de não ser indicado para tal tarefa, eu irei falar sobre o propósito do aprendizado da espada. Por exemplo, todos sabem que ouro e prata são preciosos. Assim, todos deixam esses objetos de valor dentro de cofre e trancam com cadeados. Entretanto, é possível que ouro e prata sejam mais valiosos que a vida?
Answer: Very well, I do thank wholeheartedly for all the concern you have for me. Although I feel that I am hardly apt for this task, I will talk about the purpose of learning the sword. For example, everyone knows that gold and silver are precious. So, everybody leave such goods in a safe and use strong locks to protect them. However, is it possible that gold and silver are more precious than life?

Essa argumentação para mim é excelente. Muita gente tenta dar um ar místico e hermético para as artes marciais, como se artes marciais fosse algo praticado somente por sociedades secretas. Outros mostram um cabedal (falei bonito! :D) de conhecimentos e derramam uma verborragia de autores, filosofias e pensamentos que mais parece uma tese de doutorado. Outros ainda transformam artes marciais virtualmente em uma religião, tendo que crer nas artes marciais para ser salvo ou algo similar.

Não vou dizer que sou contra essas abordagens, mas acho que cada coisa tem a sua hora e seu lugar. Por exemplo, vamos pegar a Matemática. Você não vai falar sobre equações de segundo grau, Bháskara, delta e tudo o mais, para uma criança que está aprendendo a somar e subtrair. Da mesma forma, é ruim você falar de coisas muito complicadas das artes marciais para leigos, por dois motivos: você está mostrando que é convencido e orgulhoso; e a pessoa vai ganhar uma imagem totalmente distorcida (e até negativa) das artes marciais. E de você também, se bobear :D

Qual seria a abordagem ideal para mim? É exatamente a abordagem usada no texto, isto é, o uso de situações simples e corriqueiras, de forma que a pessoa possa facilmente se identificar e que tenha familiaridade. No texto, ele fala de dinheiro, que é algo que todo mundo (ou quase) teve contato um dia na vida. E ele não fica discorrendo sobre autores, conceitos ou filosofias. Ao contrário, ele vai direto ao ponto. Isso é algo fantástico para mim. É a história de manter sempre o pé no chão e ser pragmático.

Agora, cabe notar também que tudo depende da audiência. Por exemplo, se a audiência já tem conhecimento de outras artes marciais, aí já pode misturar um pouco dos conceitos de artes marciais. Se a audiência conhece profundamente os filosófos do Ocidente/Oriente, então pode-se falar sobre seus pensamentos de acordo com Kierkegaard, Platão, Hegel, Mencius e outros. E assim por diante.

Mas neste caso, a audiência é um completo leigo. Assim, tem que apresentar a sua linha de raciocínio de acordo com o que ele pode entender de forma mais fácil e natural. Sem querer entrar muito no mérito do assunto, mas esse é um dos objetivos do sado (cerimônia do chá) na minha opinião.

E eu chamo essa argumentação de "argumentação Mastercard", pois ele fala que há coisas que não têm preço :D


Ele disse: É desnecessário dizer que nada é mais valioso do que a vida. Não há ouro e prata que cheguem aos pés do valor que a vida tem.
He said, "It goes without saying that nothing is more precious than life. No gold and silver can ever get close to the worth that a life has".

E a resposta é óbvia. Se bem que, com a banalização da morte e dos crimes que está acontecendo atualmente, pode até ser que essa resposta não seja tão óbvia assim. Acho que isso é porque as pessoas estão perdendo a noção do peso que uma vida tem. Mas isso é uma digressão minha :D


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And that's it for now :) The next update may take a little longer, though, since the next snippet is quite long.

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Wednesday, July 07, 2004

Post UID: 108921473252876175 

Kenjutsu Giron - Preface (Part 0.5)


Forgot to put why I decided to choose this writing.
1) It is SHORT and relatively EASY to translate :D There are some writings here that I can't even begin to read.

2) It is for beginners. For some unknown reason, there are some people who tend to think that every Japanese writing (or at least most of them) is for advanced practitioners, talking about esoteric and obscure stuff. Obviously, this is a complete fallacy. Moreover, there are some texts that complicate an otherwise simple writing. A good example, IMHO, is the English version of "Bushido", by Nitobe Inazo. The Japanese text is quite simple and easy to read, but the English text looks like King James's Bible. :D I think that happened because they regarded the text as a work of literature, not an ordinary(?) book.

3) It is about purpose. Not only nowadays, but also in those times, people viewed the swordsmanship with suspicion, since it is regarded (justly) as a skill meant for war and for killing people, thus being unfit for an era of peace. I think this writing brings up this discussion in a simple and clear fashion and, although some of the featured arguments are already out of context and use nowadays, it seems to me that there are plenty of good arguments that are still valid. I will comment on them later as I translate this.

And one correction: I put "Kan-ei" era, but that's a total mistake of mine :( It's "Kansei", NOT "Kan-ei". D'oh.

Well, to begin with, the preface of the writing.

Obviously, there can be some minor mistranslations in any of my translations, but that's a risk inherent to everyone :D

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Prefácio
Preface

Existe a marcialidade ("bu") na educação ("bun") e existe a educação na marcialidade, assim como existe a sombra na luz e a luz na sombra.
There is a martial aspect("bu") in education ("bun") and there is an educational aspect in war, as there is shadow ("ying") in light("yang") and light in shadow.

As pessoas aqui preferem traduzir o conceito dual de "bun-bu" como "pena e espada". Eu acho uma tradução excelente, mas preferi me ater ao conceito mais genérico e menos poético, para que o conceito de "bun" não fique preso apenas à leitura e estudo de livros, e para que o conceito de "bu" não fique preso apenas à prática da espada.

Com relação à dualidade Ying-Yang, eu utilizei um conceito tradicional de "luz" e "sombra" mesmo, embora não reflita em sua totalidade os conceitos de "yang" e "ying". Mas estes dois conceitos são discutidos à exaustão em várias fontes, inclusive em português, e por isso acho que não vale a pena aqui ficar discorrendo sobre estas coisas. Quem tiver interesse, acho que dá perfeitamente para procurar mais material e estudar.


Uma pessoa não deve deixar de praticar os dois caminhos.
A person should not live without practicing both ways.

Uma coisa que é bastante recorrente nas artes marciais japonesas de um modo geral é o conceito de que a marcialidade e a educação são as duas rodas de um mesmo carro. Ou seja, um não pode se desenvolver sem o outro, assim como o praticante necessita desses dois caminhos para a prática da arte marcial.

Entretanto, a minha opinião pessoal é de que você realmente precisa dessas duas coisas apenas em uma primeira instância. Obviamente, isso depende muito do objetivo que cada um coloca para a sua prática, mas chutando o balde e assumindo que as artes marciais têm o objetivo supremo de alcançar a iluminação (algo que todas as artes marciais japonesas têm em comum), chega um momento em que não faz sentido você ficar lendo livros e praticando técnicas de luta com ou sem armas. Invertendo-se o raciocínio, a iluminação é um estado de espírito que pode ser alcançado sem ler nenhum livro e sem pegar em nenhuma arma.

Mas então, para que estudar e para que praticar artes marciais, neste caso? Porque esse é UM (e apenas um) dos caminhos possíveis. Tem pessoas que preferem escolher este caminho. Tem pessoas que preferem escolher um outro caminho. Faz diferença? Não. É como escalar uma montanha: existem várias formas de subir a montanha, mas existe apenas um cume. Assim, acho que é no mínimo ingênuo acreditar que as artes marciais são o único caminho para chegar nesse estado de iluminação. Ao mesmo tempo, para mim, é no mínimo ingênuo acreditar que levar uma vida comum não seja um caminho para chegar nesse mesmo estado. Tudo depende de como você vive a sua vida. Praticar artes marciais tem vários obstáculos e armadilhas, assim como viver uma vida normal também tem. Sem querer citar blockbusters, mas é tudo uma questão de escolha.

Assim, acho que essa história de "Uma pessoa não deve deixar de praticar os dois caminhos" é válida para pessoas que querem seguir esse tipo de caminho apenas. Ficar falando aos quatro ventos sobre "pena e espada" ("bunbu ryôdô") e similares tem a sua validade, claro, mas não se pode esperar de forma alguma que todas as pessoas a sigam, nem que todas as pessoas tenham essa inclinação, muito menos que seja O caminho correto (o grifo é de propósito).


Eis aqui um visitante, que veio discutir o objetivo do aprendizado da espada. O resultado da discussão é um pequeno livro, chamado de "Kenjutsu Giron", uma "Discussão Justa sobre as Técnicas da Espada". Meu amigo Takanashi avaliou o escrito e disse: 'Este texto discute e ressalta de forma espantosa as coisas mais básicas da arte. Isto aqui é uma grande ajuda para aqueles que desejam trilhar este caminho. Além disso, pode-se dizer também que ele irá ajudar a propagar o caminho do nosso mestre. Assim sendo, este texto deve ser publicado para que o mundo possa lê-lo.'
Here is a visitor, who came to discuss the purpose of learning the sword. As a result, a small book has been written, dubbing it "Kenjutsu Giron", "A Just Discussion on the Sword Arts". My friend Takanashi reviewed the writing and said: 'This text discusses and highlights in an incredible fashion the most basic aspects of the art. This is a great help for those who are willing to walk this path. Furthermore, it can also be said that this writing will help to disseminate the path of our master. Therefore, this text must be published for the world to read.'

Aqui é interessante perceber que este livro reflete, como já foi dito antes, as visões que o estilo do autor (Hosono Shinkyoku ryu) têm. Desta forma, uma pessoa que vai ler este escrito (na realidade, qualquer escrito, desde recado de porta de geladeira até clássicos de literatura) tem que ter um espírito crítico para saber: 1) qual o objetivo do escrito; 2) qual o contexto em que a obra foi feita; 3) para quem esta obra se destina. Caso contrário, é muito fácil chegar a conclusões precipitadas e/ou incorretas.


Eu não consegui me recusar a fazer isso e ordenei para o senhor Kiketsu (responsável pelas matrizes da impressão) para que imprimisse este texto. Assim, estas breves palavras são o prefácio deste livro.
I couldn't refuse to do so, and I have already ordered mister Kiketsu (responsible for the printing) to print this text. So, these brief words are the preface of this book.

Ano 3 da Era Kansei, início do verão
3rd year of the Kansei Era, at the beginning of summer

Yamazaki Toshihide
Yamazaki Toshihide

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And that's it for now. :)


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Monday, July 05, 2004

Post UID: 108907387422993442 

Kenjutsu Giron - About the author (Part 0)


As promised, I'm beginning the translation of one of the writings I have, namely the "Kenjutsu Giron". Again, I will post my comments in Portuguese only. I guess I'll put a rough translation of the writing in English too, not only in Portuguese.

And after I finish translating and commenting on this writing, I'll be back to posting random babblings :D

I won't post the whole writing at once, for obvious(?) reasons :P I have a life, after all :D

Okay, to begin with, a bit of data on the author. I am taking this entirely from "Budo no Meicho", since I have no other sources of information.

The author of "Kenjutsu Giron" is Yamazaki Kinbe Toshihide. Yamada Jirôkichi sensei's book lists Hosono Kanbe as the author, but Yamazaki seems to be the real author, based on Hosono's teachings.

It was published in the 4th month of the 3rd year of the Kan-ei Era (1791) in Edo (now Tokyo), being a writing aimed at beginners. It seems that it was quite popular at the time. And it's worth noticing that it was already an era of relative peace.

There aren't many clear data on Yamazaki Toshihide, but apparently he's the owner of Sankindô, the publisher of this very writing. He learned kenjutsu from Hosono Kansuke Kakushû sensei, who had just created a style named Shinkyoku Hosono ryu. Therefore, there is plenty of influence from Hosono sensei's teachings. This writing got also the approval (kind of) of a fellow practitioner (who had already got the graduation of Inka from their master) called Takanashi Tadahiro.

As for Hosono Kansuke sensei, there isn't much info on him either. But Shinkyoku ryu was mainly practiced in the Northeast region of Japan, and its founder is considered to be a certain Miyakawa Munisai (Mujinsai). And, given his "artistical name" of Kakushû, there are some hypothesis that state he was from Tsuruoka (now Yamagata Prefecture). Later, Kansuke went to Edo and studied under Kawazumi Shingorô Tadatomo, the founder of Sangi Meichi ryu and disciple of Otsuka Manbe (Otsuka ryu). So, Hosono sensei assembled all what he had learned and founded his own style, naming it Shinkyoku Hosono ryu.

But that's it for now. The next posts will feature the writing itself :)

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